segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Vertigem
Descalço, pé lacerado, o coxo deambula por sobre os escombros.
Pontiaguda, irregular, repugnante e farta é a ruína, impondo dor à marcha insegura, mas insistente, e resignação aos olhos.
Se assenhora então o cansaço paralisante da derrota que tão somente dissuade. Aprioristicamente impõe a inutilidade.
O corpo busca o recorrente amparo, que dá de ombros, e que se furta na desarmonia das gargalhadas sem graça.
Em baralhadas cenas, a imagem, que trans figura, desconhece tempo e espaço.
A memória imputa o recorrente desencontro. O furtivo indício sonhado.
Aflição que trespassa desde o rescaldo escalafrio a vigília.
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